O Inventor
Cena 001- Vontade de voar
Jaime
-E se tentátessemos voar?
João
-Só se for de pára-quedas.
José
-Isso, não é voar.
Jaime
-Então, como queres fazer?
João
-Uma asa-delta.
Cena 002- A engenhoca
José
-Precisamos de materais resistentes.
João
-Ah, sim. Não, me apetece nada cair e partir a cabeça.
Jaime
-Vejamos. Precisamos de três barras de ferro…
José
-Não é melhor metal? Sempre é mais leve.
João impaciente
-Não é melhor comprar uma , já feita?
Jaime a zangar-se
-Ai sim? E quem, te dá dinheiro, para a comprares?
José
– Calma. Vamos fazer o dezenho, com as medidas correctas e eu arranjo os materiais.
Cena 003- A construção
Srº Vicente
-Querem ajuda? Eu posso arrranjar-vos os materiais.
Todos em coro
-Claro, que sim! Muito obrigado.
Dois dias depois
José
-Temos de fazer a estrutura, com a forma de um triângulo.
João
-Qual deles? É que, nunca fui muito bom, a geometria.
Jaime
-Acho que é o escaleno.
José irritado
-Escaleno ou assado, não interessa nada. Preciso é que, me segurem na estrutura, para atar bem as barras de ferro.
João
-Como o vamos pôr a voar?
José
-Com um pano leve ou um plástico…
João interrompendo
-Pode ser um saco de plástico, aberto ao meio.
Jaime
-De preferência, resistente.
José
-Ah sim, eu não quero, cair e partir a cabeça.
Cena 004- A 1ª viagem
Filipe (pai de João)
-Onde vais com tanta, pressa?
João entusiasmado
– Voar!
Filipe não prestando atenção
-Ah, pois. Então vê lá, se não voas muito alto e leva um capacete.
Mais tarde
Jaime
-Quem quer ser o primeiro, a inaugurar a nossa, obra d’arte?
João
-Eu claro!
José
-Tens de ir na direcçâo, do vento.
João
-Sem problema. É canja!
Cena 005- O acidente
Momentos depois
João chocando com uma árvore
-Ah! ah! ah! Socoro. Tirem-me daqui.
Jaime
-Fica quieto. Vou procurar uma escada.
José
-Ali, em baixo há cordas. É mais rápido e mais prático.
Jaime
-Não é melhor,pedir ajuda?
José
-Ora, não queremos adultos a buzinarem os ouvidos e depois, nós damos conta do recado.
Jaime
-Não sei não.
João desesperado
-Tirem-me daqui!
Cena 006 – O resgate
Srº Vicente
-Olá precisam de alguma coisa?
José
-Precisamos de uma escada.
Srº Vincente
-Andaram a jogar à bola e ela ficou presa, numa árvore, foi?
Jaime
-Foi um bocadinho mais grave, o que isso.
Srº Vicente lembrando-se da engenhoca
-Não me digam que, a experiência correu mal?
José
-Foi a direcção.
Jaime
-Ainda, não acertamos com a direcção.
Srº Vicente
-Mas, alguém se magoou?
Jaime
-Penso que não. Foi só, o João, que ficou pendurado numa árvore.
Srº Vicente
-Porque é que não disseram logo?
Uns minutos depois
João
-Finalmente aparecem. Estou farto de estar pendurado à mercê dos pássaros.
Cena 007 – O piquenique atribulado
João
-Esta aventura abriu-me o apetite.
José
-Não temos comida. O que é que sugeres?
João
-Caçar uns pássaros e depois assamo-los.
.Jaime
-Como é que os apanhamos?
João mostrando uma fisga
-Com isto, claro. Só precisamos de uma pedra.
José rindo
-E muita apontaria. Ha, ah, ah.
João irritado
-Sou o melhor caçador, que, já viste.
Jaime
-O melhor é escondermo-nos e esperarmos.
João
-Mas estou com a barriga a reclamar desesperadamente, por comida.
José
-Fica aqui escodido e sossegado, enquanto procuro algumas frutas.
Jaime
-Boa ideia. Vou caçar. Ah, porque é que, não vais apanhar uns troncos, para a lareira?
Momentos depois
João apressado
-Alguém tem fósforos?
José
-Não.
João impaciente
-Então, como vamos acender a fogueira?
José
-Vamos unir uns tronquinhos com caruma…
João irritado
-Essa parte sei. Quero saber é como a vamos acender sem fósforos nem isqueiros
José
-Com pedras, claro!
João
-Deixa, que, eu trato disso.
Mais tarde
Jaime atirando ao lado e deixando fugir um coelho
-Raios! Vou ter que pescar qualquer coisa, mas como?
Joâo quase pegando fogo à mata
-Consegui! Consegui!
José muito irritado
-Cala-te. Quase puxaste fogo á mata.
Jaime aparece feliz com dois peixes.
-Vejam! Vejam!
José admirado
-Não ias caçar?
João interrompendo
-Não importa. Vamos comer, sim?
Cena 008- Caçadores furtivoros
Helder
-Olha, tantos coelhos e passarocos, para apanhar.
Hugo
-Não estamos em época de caça.
Hélder
-Não sejas desmancha-prazeres
Um instante depois
José ouvindo um tiro
-O que é isto?
Jaime
-Parrece um tiro.
João admirado
-Será que a época de caça abriu mais cedo?
José vendo uns vultos
-Olhem ali!
João e Jaime
-O quê? Onde?
José
-Está aqui, mais alguém.
Jaime
-Quem será que, nos vem incomodar à hora de almoço?
José
-Serão caçadores furtivos?
João
-Quem são esses?
Jaime
-São pessoas, que caçam fora da época permitida, por lei.
João
-Então é crime?
José
-Dava jeito era que houvesse um guarda-florestal, para avisar a polícia.
Cena 009- Encontro perigoso
Hugo
-Ora, ora, o que temos aqui?
José
-Não sabem que é proibido caçar fora de época?
Tiago
-O que vamos fazer com eles?
Hugo
-E se lhe dessemos um susto?
Tiago
-Podiamos pendurá-los numa árvore.
Momentos depois
Hugo
-Vamos embora.
Tiago
-Não saem dali, tão cedo.
Hugo
-Tiraste os telemóveis?
Tiago
-Eram para tirar?
Hugo
-Idiota corre!
Cena 010- Pedido de ajuda
Jaime conseguindo soltar uma mão e chegando ao telemóvel
-Estou inspector Toni?
Inspector Toni
-Quem fala?
Jaime
-Eu chamo-me Jaime e fui raptado com uns amigos, por caçadores furtivos.
Inspector Toni
-Consegue dizer-me mais ou menos o local, onde se encontram?
Jaime
-Estamos amarrados a uma árvore, perto, da reserva e perto, perto do rio.
Inspector Toni
-Fiquem calmos. Vamos já, para aí.
Cena 011 – O resgate
Inspector Toni
-Vamo-nos dividir, em dois grupos. O Jorge, Ricardo e Diogo vão na direção norte.
O Leonel, André e Miguel vão na direção sul.
Agente Diogo
-Se tivéssemos trazido, os cães, era mais fácil encontrar pistas.
Inspector Toni
-Sem roupa dos rapazes, não ia adiantar nada.
Agente André
-Vamos ter de nos restringir às pegadas.
Agente Diogo
-Ou então verificar árvore por árvore.
Agente André
-Podíamos chamar um helicóptero.
Inspector Toni a começar a irritar-se
-Pagava do seu bolso, era?
Agente Jorge
-Foi só, uma surgestão.
Inspector Toni
-Como, não temos cães nem helicóptero, o melhor é começarmos as buscas, antes, que, anoiteça.
À noitinha
José avistando os polícias grita
-Hei! Aqui!
Agente André
-Parem! Ouço alguém gritar.
Agente Diogo
-Vamos seguir o som.
Uma hora depois
Agente Diogo comunica pelo rádio
-Encontrámos e parecem estar bem
Inspector Toni
-E os raptores?
Agente Diogo
-Nem sinal.
Cena 012- Encurralados
Hugo
-Vamos apanhar uma avioneta, ao aromedro.
Tiago
-Talvez, encontremos um aviador e convencêmo-lo a levarmo-nos daqui, para fora.
Hugo
-E se, ele não quiser?
Tiago apressado
-Vai à força. Claro!
No aeródromo
Tiago
-Precisamos de uma avioneta. Já!
Aviador Tadeu
-E para onde é a viagem?
Hugo assustado
-Para um lugar, bem longe, daqui.
Tiago irritado
-Cala a boca. Desculpe lá, a má educação, do meu amigo.
Aviador Tadeu
-Tudo bem. É para fora do país?
Tiago pensativo
-É sim. Deixe-me ver.
Nesse momento
Inspector Toni
-Afastem-se da avioneta, com as mãos no ar.
Hugo disparando perto do avião
– E agora, o que fazemos?
Tiago irritado e resignado
-Idiota pára de disparar, ainda atinges a avioneta.
Hugo afliito
-Então, o que fazemos?
Tiago
-Não vejo outra, solução, se não render-nos.
Agentes Leonel e André aproximam-se e dominando-os, algemam-nos
André
-Quietos!
Leonel
-A vossa viagem vai ser outra.
Cena 013-Comemoração
José
-E se fossemos à casa dos gelados?
João e Jaime animados
-Grande ideia! Vamos comemorar em grande.
Todos juntos gritam
-Viva!
Fim
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