O regresso da Bota Saltitona

 

 

 

 

 

Cena 001- Reciclagem

 

Patrícia

-Que fixe! Hoje a aula de ciências vai ser lá fora.

 

Rui curioso

-O que vamos fazer?

 

Pedro

-Vamos recolher objectos usados e dar-lhes uma nova vida.

 

Margarida

–Que giro!

 

Ricardo

-Que  nojo!

Professor Hernesto

-Se todos fizessem isto, não havia metade do lixo, que existe, nem as suas consequências.

 

Cena 002- Consequências

 

Rui

-O que é isso?

 

Professor Ernesto

-Tudo o que fazemos e todas as decisões  que tomamos têm um resultado. A isso chamamos consequências.

 

Rui

-O que é que, isso tem a ver com o lixo?

 

Professor Ernesto

-Alguém sabe responder à pergunta?

 

Margarida

-Então, quando deitamos todo o lixo, para o mesmo contentor, dificultamos o trabalho das fábricas de reciclagem e muitas coisas, que podiam voltar a ser usadas vão parar às lixeiras.

 

Professor Ernesto

Boa explicação, Alguém quer acrescentar, mais alguma coisa?

 

Ricardo

-Que, trabalheira

 

Margarida

-Dá muito, mais trabalho, a quem tem de fazer a separação nas fábricas.

 

Professor Ernesto

Tenho uma proposta, para vos fazer.

 

Turma entusiasmada

-Diga! Diga!  Diga!

 

Professor Ernesto

Calma! Calma! E se fossemos visitar os contentores, aqui à volta?

 

Rui

-Grande ideia!

 

Cena 003- A descoberta

 

 

Margarida

-Que, belas botas!

 

Ricardo

-Belas? Estão todas rotas.

 

Margarida

-Não faz mal. O meu pai é sapateiro e pode cozê-las.

 

Ricardo gozando

-E  ficam boas?

 

Professor Ernesto

-Não te lembras da importância de reutilizar as coisas, aparentemente inúteis?

 

Ricardo

-Mas, quem é que vai usar umas botas velhas com tanta oferta nas sapatarias?

 

Margarida rindo-se

-Essa é a vantagem de ter um pai sapateiro. Ganho um par de botas recicladas, a custo zero. Ah! Ah! Ah!

 

 

Cena 004- As botas desaparecem

 

 

Vitor

-Estão como novas.

 

Margarida rindo

–E a custo zero.

 

Vitor

-Deixo-as no teu quarto, em cima do tapete.

 

Joana

-Antes de as usares, puxa o brilho com esta escova. Vão ficar bonitas.

 

Uns minutos depois

 

Margarida espantada

-Paaai! Onde estão as botas?

Joana

-Ora, essa! Em cima do tapete, onde eu as deixei.

 

 Margarida

-Mas, não estão lá.

Joana bricando

-Então ganharam vida e fugiram dos teus pés patudos. Ah! Ah! ah!

 

 

Cena 005As botas no parapeito da janela da sala.

 

 

Vitor admirado

-Ei, quem é que pôs as botas no parapeito da janela da sala?

 

Joana

-Eu não fui.

 

 Margarida

-Então são mágicas!

 

Joana pensativa

-Que disparate!

 

Vitor

-Talvez tenha sido a Margarida distraída.

 

Margarida insiste

-Já disse que , não fui eu.

 

Joana mudando de conversa

-E se fossemos almoçar.

 

Vitor

-Parece-me uma excelente ideia.

 

 

Cena 006- As botas manifestam-se numa manhã de temporal

 

 

Joana

-Margarida despacha-te. Com, este temporal, nunca mais chegas à escola.

 

Vitor bricando

-Não te preocupes. Com estas botas chegas lá, num instantinho. Ah! Ah! Ah!

 

A meio do caminho, Margarida começa aos saltinhos

-Hei, vocês são mesmo  mágicas! Vou chegar num instantinho à escola.

 

Manel caracol

-Olá, posso acompanhar-te?

 

Margarida

-Claro. Mas, não sei se vais conseguir.

 

Manel Caraco coçando a cabeça

-Porque não?

 

Margarida

-Bem, vou contar-te um segredo. Sabes guardar um segredo, não sabes?

 

Manel Caracol entusiasmado

-Claro, que sim!

 

Margarida

-Bem, estas botas são mágicas.

 

Manel  Caracol

-Onde é que as encontraste?

 

Margarida

-No lixo.

 

Manel espantado

-Quem é que deita umas botas mágicas, para o lixo?

 

Margarida

-Na verdade, elas estavam em mau estado.

 

Cena 007- Salvos pelas botas

 

 

Abate-se um terrível temporal

Manel Caracol

-Vem aí, um temporal.

 

Margarida

Dá-me a mão. Rápido!

 

Um momento depois

Manel Caracol espantado

-Como é que, viemos parar à escola, tão rápido?

 

Margarida rindo-se

Com a ajuda das botas, claro!

Manel Caracol admirado

-Funcionam mesmo!

 

 

Cena 008- Assalto falhado

 

 

Amaro

-Aquelas botas é que, nos davam jeito.

 

Joel

-Mesmo, que sejam mágicas, só dão para um.

 

Amaro

-Sempre é melhor do que nada. Enquanto, um distrai o vigilante do bar, o outro foge com o dinheiro  da caixa.

 

Joel

-Como é que pensas tirar-lhe as botas?

 

Amaro

-Passas-lhe uma rasteira, enquanto,  lhas tiro.

 

No bar

Margarida tropeça

-Ah! Ah! Ah!

 

Manel Caracol

-Cuidado!

 

No meio da confusão

 

Amaro

-Agarra-lhe as botas!

Ricardo

-Mas, o que é que, vocês querem daqui e para que é que querem as botas? Expliquem-me lá.

 

Joel atrapalhado

-Só queríamos experimentá-las.

 

Amaro disfarçando

-Para ver, se são mesmo mágicas.

 

Ricardo desconfiado

-Sei, por acaso não estavam a tentar distraír-me para deitarem a mão à caixa, pois não?

 

Afinal, vocês não querem ser expulsos da escola, pois não?

 

Joel descaíndo-se

 -A  ideia foi dele.

 

Amaro ao ver-se desmascarado

-Cala-te!

 

Ricardo irritado

-Chega! Vocês vão atinar, vão para as aulas e esqueço o percalço. Ok?

 

Amaro e Joel assustados confirmam e desaparecem

-Sim.

 

Cena 009- No parque

 

 

Alice

-E se fossemos andar de baloiço?

 

Ana

-Boa ideia.

 

Margarida

-Prefiro saltar à corda.

 

Manel

-Vou fazer o circuito de bicicleta.

 

Desconhecido

-Posso brincar com vocês?

 

Margarida

-Claro! Como te chamas?

 

Desconhecido

-Hugo.

 

Margarida

-Queres saltar à corda?

 

Hugo intrigado

-Quero. Como te chamas?

 

Margarida

-Eu sou a Margarida e os meus amigos são a Ana, Alice e o Pedro.

 

Hugo curioso

-Como é que saltas tão alto?

 

Ana a desconversar

-É dos treinos.

 

Alice atrapalhada

-Éé. Treino todos os dias, depois de fazer os tpcs, claro!

 

Cena 010- A revelação

 

 

Pedro desviando a conversa

-E se fossemos beber um chocolate quente?

 

Hugo

-Prefiro um galão com uma torrada quentinha.

 

Ana

-Estamos perto do “Sapo Sapudo”. Porque é que não vamos lá?

 

Pedro

-Fazem as melhores torradas do mundo.

 

Momentos mais tarde

 

Hugo insistindo

-Então, onde arranjaste essas botas?

 

Margarida distraída

-O quê?

 

Hugo

-As botas, onde as encontrastes?

 

Margarida

-No lixo e em mau estado.

 

-Como é  que descobriste que eram mágicas?

 

Margarida

-Foi por acaso. O meu pai arranjou-as, deixou-as em cima da cama e quando, lá fui buscá-las estavam à janela.

 

Hugo a rir à gargalhada

Ah! AH! Ah! Essa é muito boa.

 

 

Cena 011-Escapam graças às heroínas

 

 

Ana

-Já é tarde, o melhor é irmos para casa.

 

Pedro

–E se fizéssemos uma corrida? A Margarida pode dar a partida.

 

Hugo

-Vamos pela estação, é mais bonita a paisagem.

 

Meia hora mais tarde, a atravessar a passagem de nível aparece um comboio

 

Ana grita

-Cuidado! 

 

Margarida puxando Pedro, pelo braço e tirando-o rápidamente dali

-Corre!

 

Hugo espantado

-São mesmo mágicas!

 

Ana a recuperar do susto

-Nunca vi ninguém correr tão, rápido!

 

Pedro cansado

-Chega de emoções, por hoje. Vamos para casa.

 

 

Cena 012As botas descansam finalmente

 

 

Vitor

-Finalmente chegaste.

 

Margarida comprometida

-Pois, fomos fazer uma corrida, antes de vir para casa.

 

Vitor desconfiado

-Ai sim? E qual foi a confusão, em que se meteram desta vez?

 

Margarida atrapalhada

-Passámos pela estação, o caminhho é muito bonito.  Bem, na verdade, o Pedro ia sendo atropelado e tive de o ajudar.

 

Se, não fosse eu, graças às botas, ele tinha sido apanhado, pelo comboio.

Vitor cansado  de tanta confusão

-Já vi que, as botas, só trazem sarilhos e confusão, o melhor é guardá-las no sitío seguro.

 

Margarida esperançada

 

-Posso usá-las, só, no quintal?

Vitor suspirando

 

Num dia, em que, eu tiver muito bem disposto.

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Fim 

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