Os Trapalhões

Cena 001- A busca de alimento

 

Didi

-Mãe, Vou chamar o Dodo, para irmos às bolotas.

Quiqui

-Está bem, mas, não se afastem muito. A floresta esconde muitos perigos e à hora de almoço quero-te na toca.

Didi

-Sim, mãe.

Dodo

-Estás pronto? Estou cheio de fome.

 

Cena 002 – A travessia do rio

 

Didi

-Vamos atravessar, para a outra margem. Pode ser que encontremos bolotas.

Dodo

-Ai sim? E como queres que atravessemos o rio, com toda esta velocidade?

Didi

-Calma. Vamos procurar uma passagem, para a outra margem.

Dodo

-Parece, que estou a ver um tronco, lá, ao fundo.

Didi

-Vamos até lá. Anda!
O que é que se passa?

Dodo

-Estou quase a desmaiar de fome.

Didi

-Então, espera aqui, que vou buscar quantas bolotas couberem nas minhas bochechas.

 

Cena 003 – Uma descoberta inesperada

 

Dodo

-Finalmente! Porque é que demoraste tanto?
Já tenho o estômago colado às costas.

Didi

-Vi uma caravana, a vir nesta direcção e por curiosidade fui espreitar e ia sendo apanhado por uma criança. Escapei por pouco.
Ufa!

Dodo

-Olha! Parece que estão a parar, talvez, para descansar.

Didi

-Vamos esconder-nos nas rodas e esperar, para ver, o que é que vão fazer.

Dodo

-Esperar? Nem pensar.
Eu vou é abordar a menina das tranças. Com a fome, que tenho ainda me dá uma coisinha má.

 

Cena 004- Uma abordagem desastrada

 

Mariana

-Socorro! Socorro! Socorro!

Dodo

-Não te assustes! Pequenina, sou só um esquilo esfomeado.
E tu, como te chamas e de onde vens?

Mariana

-Chamo-me Mariana. Tenho 4 anos e a minha família é do circo.
Andamos sempre, de um lado para outro. Tens fome?

Dodo

-Estou esfomeado, e o meu amigo também.
Tens qualquer coisa, que se coma?

Mariana

-O que é que comes?

Dodo

-Bolotas. Claro!

Mariana

-Isso, não tenho. Mas tenho bolachas com pepitas de chocolate.

Dodo

-Serve.

 

Cena 005- Refeição atribulada

 

Dodo

-Didi, Didi. Vem. Achei comida.

Didi

-Bolotas.

Dodo

-Não. Um manjar, muito melhor.

Didi

-O que pode ser melhor, do que bolotas?!

Dodo

-Bolachas com pepitas de chocolate, que ofereceu a Mariana.

Didi

-Quem é essa? A mãe disse para não nos aproximarmos dos humanos.

Dodo

-Ora, não me digas, que tens medo, de uma menina de 4 anos?
A família, dela, até tem um circo. Podíamos aproveitar para nos divertir um bocadinho.

Didi

-Se tu achas boa ideia, vamos ver. Afinal, o que pode correr mal?!

Dodo

-Despacha-te! A caravana está a partir.

Mariana

-Cuidado! Saltem! Rápido. Estão bem?

Didi

-Onde está o Dudu?

Dudu

Aqui em baixo, na roda.

 

Cena 006 – Ensaio

 

Mariana

-Se vos ensinasse umas habilidades? Assim podiam entrar comigo, numa apresentação. O que acham?

Didi e Dodo aos pulos.

-Sim, uma excelente ideia.

Mariana

Então vou buscar um cordel e vou ata-lo às pernas desta cadeira. Vamos ver, como corre.

 

Cena 007 – Conversa com os pais, ao jantar

 

Timóteo

-Precisamos de uma nova atracção, para atrair o público.

Mariana

-Eu tenho uma.

Timóteo

-Ai sim? O que é?

Mariana

-Esquilos!

Timóteo

-Que disparate.

Maria

-Espera. Talvez seja engraçado.

Mariana

-Já os estou a treinar.

Timóteo

-Ai sim? Para fazerem o quê?

Mariana

-Equilibrismo.

Timóteo

Vamos, lá ver isso. Se conseguirem pôr-me a rir, entram no espectáculo de amanhã à noite.

MarianaMeninos, vamos fazer um teste, para o meu pai decidir se entram ou não, no espectáculo.

Didi

-Agora? Estou cheio de sono.

Dodo

-Cala-te e vamos ao teste. Afinal queremos divertimo-nos com as crianças e retribuir a refeição, não é?

Mariana

Subam para este cordel, com o garfo, como no ensaio.

Didi

Estou com vertigens.

Timóteo

-Um esquilo com vertigens! Ah, ah,ah.
Essa é boa. Está bem. Podem entrar no espectáculo.

 

Cena 008- O espectáculo

 

Apresentador Bolachudo

-E agora, a atracção principal do nosso espectáculo.
Os vossos aplausos, para os esquilos equilibristas Didi e Dodo.

Dodo

-Então? Avança.

Didi

-Estou com vertigens.

Dodo

-Bela hora, para um ataque de vertigens. Sim senhor.
Olha em frente e avança.

Didi

-Oh, oh.

Didi e Dodo

-Ah, ah, ah

 

Cena 009 – O Mergulho

 

Dodo tossindo

-Anh, anh. O que é isto branco?

Didi

-Não sei, mas entrou-me para todos os buracos do corpo.

Dodo

-Parece que acharam graça. Estamos a divertir as crianças.

Didi

-Pois, para mim, chega. Vou-me embora e voltar para casa.

Dodo

-Tens razão. Tenho saudades da mãe e ela deve estar preocupada com a nossa ausência.

 

Cena 010- A fuga

 

Mariana

-Devem estar cansados. Vou buscar o jantar e depois podem ir dormir.

Dodo

-Olha, deixou a porta aberta.

Didi

-Estás à espera do quê? Vamos fugir. Já!

Dodo

-Podíamos ao menos despedir-nos dela. Vai ficar tão triste.

Didi

-Queres continuar aqui, preso? Pois, eu quero voltar para casa. Tenho saudades da mãe.

Dodo

-Já agora esperamos pela madrugada. Quando, a caravana estiver parada, sempre é mais seguro e aproveitamos para jantar.

Mariana

-Porque estão tão sossegados? Devem estar mesmo cansados. Vou deixar-vos comer e descansar.

Dodo e Didi

-Podemos dar-te um abraço?

Mariana

-Claro. Estão mesmo estranhos.

Dodo

-Acorda. Vamos aproveitar agora, que está tudo em silêncio e estamos parados.

Didi ensonado

-Aos três. Um, dois..

Dodo

-Já!

Didi

-Como vamos saber o caminho de volta, para casa, nesta escuridão?

Dodo

-Já sei! Vamos seguir os pirilampos, com a luz da cauda vão iluminar-nos o caminho até à floresta.

 

Cena 011 – Regresso a casa

 

Quiqui muito zangada

-Há mais de um dia, que desapareçam. Onde é que se meteram?

Didi

-Fomos parar ao circo.

Dodo

-E conhecemos uma menina, muito simpática, que nos ensinou equilibrismo.

Quiqui

-Ai sim? Já para a toca e ficas lá, até me esquecer deste grande susto. E tu, Didi vai para a tua, descansar, que já é tarde.

Dodo

Temos de combinar outra aventura.

Quiqui

Dudu?

 

Fim 

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